Não tenho muitas primas da minha idade. As meninas da família são mais velhas ou bem mais novas do que eu. Os primos mais próximos a minha idade são todos meninos!
Eis que agora já está todo mundo com sua própria família e os primos me deram primas. Sim, antes de filhos, os primos trazem para família pessoas especiais que se unirão a família para nos trazer ainda mais alegrias.
Hoje eu vou falar do meu primo André, ou melhor da esposa linda que ele trouxe para a nossa família imensa, a Anne. A Anne é a mãe de primeira viagem que é mais descolada do que todas que eu conheço. Todas juntas chegam na metade da Anne.
A Anne nasceu para ser mãe e chega na minha opinião muito perto da perfeição. Não por ser a melhor do mundo, isso não cabe a mim julgar, mas pelo jeito apaixonado que ela tem de ser mãe e do jeito mais desencanado e sem culpa que eu já vi.
Não é puxassaquismo barato, não. A Anne é minha mãe guru, pergunto tudo a ela. Do começo da minha gravidez até o dia de hoje acho que não passei uma semana sem fazer perguntas e pedir conselhos.
Só que o mais intrigante é que nós somos mães completamente diferentes. Podia passar horas enumerando o quanto fazemos escolhas diferentes nessa loucura que é criar um bebê no mundo de hoje.
Coisas da rotina, sabe? O Davi mama formula e peito, mas uma das pessoas que mais me orientou e incentivou a fazer a ordenha usando a bombinha foi a Anne, e isso que me fez não dar formula para a Olívia. O Davi é todo estiloso, a Olívia é básica. O Davi é colorido. A Olívia é bege. O Davi e a Olívia são a prova de que menina não é sempre mais arrumadinha do que o menino.
O Davi teve chá. O Davi teve mesários lindos. O Davi terá uma linda festa de aniversário. A Olívia não!
A Anne usa lenço umedecido no Davi, eu morri o dia que a assistente do pediatra passou lenço umedecido no bumbum real da minha filha. A Anne é cheia de tecnologias e eu sou toda atrasadona.
A Anne ama vermelho e eu não!
A Anne parou de trabalhar para cuidar do Davi, eu não! A Anne faz encomendas pro Davi e aguarda, eu compro só pelo sedex e vou buscar na central dos correios, por não aguentar esperar.
Eu falo pelos cotovelos e a Anne é silenciosa.
Nós temos opiniões, completamente diferentes sobre quase tudo. Agimos diferentes sempre. Só que mesmo assim a gente passa vários momentos conversando e dividindo conquistas e experiências sobre ser mãe.
Qual o motivo? Como a gente fica sempre tagarelando sobre tantas coisas, sendo que no fundo a gente age de maneira tão distinta. As escolhas são realmente sempre opostas.
É querido leitor, a diferença é que a gente se respeita!
Curtir um mesmo momento não é só dividir a mesma opinião. As pessoas costumam se unir aos seus iguais. De repente eu descobri que é muito bom compartilhar também com o diferente. Sem questionar o motivo, sem disputar quem está mais certo. Sem entrar em lugares desagradáveis de julgar o outro, pelo que você é!
Nem por isso nós somos amigas inseparáveis e mega intimas. As coisas vão acontecendo. O carinhos pelos bebês hoje é enorme e foi construído naturalmente. Os bebês vão crescendo. As conversas vão junto!
Nós vamos derrubando mitos. Sem comparações. Sem falsas modéstias. Sem ter que falar mal uma da outra para se auto-afirmar como mãe e como pessoa.
Talvez o que a gente tenha descoberto, sem grandes pretensões é que: mais do que o respeito necessário para conviver com o outro é necessário encontrar um lugar onde não existe despeito. Afinal, cada uma de nós tem peito para assumir as suas escolhas e nos enxergarmos como mães que não precisam provar nada para ninguém.
E você pensa que eu acho que eu sou a certinha e a perfeita? Não! Não! Não! Eu acho que certo é o que cada uma descobriu como meio de criar seu bebê. Admiro muito a sinceridade da Anne, com ela mesma.
Sabe que no fundo o nosso segredo é agradar a nós, nossos maridos e bebês... e não ao outro. Problema de quem tiver sofrendo com as diferenças, a gente vai é encher nossos bebês de beijos. Só isso importa.
É muito bacana quando cada pessoa encara a sua vida com a liberdade de ser fiel ao que se quer ser. Isso aproxima! Isso realiza tanto! Isso faz tão bem!
Chega de julgar tanto o outro!
Chega de criticar o que o outro faz e você não: seja por falta de dinheiro, desejo, paciência, dedicação, habilidade, ideologia ou o que for.
Sem recalque. Aceitar o que se é e seus limites.
Critica muito aquele que não se aceita incompleto e imperfeito!
Não perca seu tempo se justificando ou criticando o outro já que você não consegue ser como ele - ou pior - tentando convencer o mudo de ser você.
Foco, força, fé, farofa, feira, fiado, faca, fada, foca...kkk!!! Vai viver, por você, fia!
Obrigada, Anne! Muito orgulho do André, do Davi e de você :-)
Já dizia Djavan: "Isso para mim é viver!"
Nossa!!! Muito legal,me emocionei rss. Muito obrigada!
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