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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Citalgia e outras chatisses mais!

É, eu devo confessar que já não estou a mesma coisa. Mesmo com todo o esforço para manter a postura e uma marcha normal, ficou impossível. Aquele andar de grávida já é aparente e indisfarçável.

Durante o terceiro trimestre comecei a sentir um incomodo que iniciava no final da coluna, emendava no bumbum e chegava até a panturrilha que estava dolorida pelas câimbras. Tudo do lado esquerdo! Óbvio que eu fingia que não era nada. Não gosto de me sentir doente, muito menos de remédios.

No comecinho da semana vinte e nove, ao subir um desnível de calçada na frente do trabalho, minha perna esquerda falhou. Não conseguia mais andar sem mancar, toda oscilação de peso de uma perna para outra trazia uma dor fininha e que deixava a minha perna frouxa.

A dor é quase sempre suportável, o problema é que as vezes eu ficava quase imóvel. Era só ficar mais de dez minutinhos na mesma posição e depois precisar de ajuda para levantar, sentar, andar... É um saco depender toda hora de alguém para ajudá-la em atividades tão simples.

No pior dia de dor ciática até hoje eu tinha prometido para os dois quintos anos uma super aula de aquarela. Eu acordei e fui me arrastando para a escola. Sinceramente! Promessa é dívida. Promessa para criança é o que eu mais levo a sério. Eles confiam em você, ficam esperando e mesmo que eu fosse destruída, eles estariam lá me esperando.

Uma amiga muito querida disse, com toda a razão, que eu não estava mais em condições de combinar essas aulas especiais com as crianças, e desse dia em diante, eu parei de inventar e combinar com muita antecedência as atividades com os alunos.

Criança entende. Eles foram muito organizados, seguiam todos os meus comandos e cada uma foi fazendo uma parte dos procedimentos já que eu não conseguia nem me mexer direito. Eu finalmente percebi que o professor é só um orientador, que essa geração de hoje é muito esperta e que assumem o controle de tudo. Eu só sirvo para orquestrar, eles fazem tudo sozinhos, mesmo sendo tão novinhos. 

Embora foi um dia terrível, de dor, fiquei muito orgulhosa de ter ido ao trabalho, de ter cumprido o meu combinado com eles e de ter sido um dia inesquecível para os alunos. Cué, cué, cué... não tirei foto das "obras de arte".

Bem, tudo isso para dizer que troquei sms com a Dra. Tati e ela indicou repouso e deixamos para conversar no dia da consulta pré-natal, que já estava bem próxima. Pelo meu relato, ela indicou que deveria ser a tal da dor ciática. 

A Dra. Tatiana Barbosa, minha obstetra indicou que eu procurasse um especialista, mas já adiantou que gestante só poderia fazer algumas medidas para amenizar, mas que a situação era essa, e deveria apenas receber orientação para conviver com a dor. Gestante não deve fazer uso de anti-inflamatórios. Então...

Marquei a consulta com o ortopedista Dr. Alexandre Americano Quintela, na Ortocenter, em Santos, super indicado, tanto o médico, quanto a clínica. Realmente, foi confirmado tudo o que a Dra. Tati tinha falado. Ele até indicou uma medicação, mas o ideal seria tentar medidas de repouso e procedimentos para minimizar os sintomas:

- compressas de água quente
- deixar a região em contato com a água quente do chuveiro por alguns minutinhos
- deitar de lado com travesseiros entre as pernas
- quando deitar com a barriga para cima colocar travesseiros em baixo dos joelhos
- evitar muito tempo a mesma posição
- repousar, repousar, repousar
- alongamentos leves nas costas e membros inferiores
- ficar longe de esforços desnecessários
- não pegar peso

Bem, com três dias de afastamento, mas o feriado da páscoa, pude perceber o quanto o repouso e as medidas são capazes de amenizar a dor. Não dá para abusar, nem por pouco tempo. É preciso muita paciência. 

Lógico que cada pessoa é uma, e mesmo com contra-indicação o seu médico saberá o momento certo de entrar com a medicação e até que ponto cada uma das escolhas terá melhores efeitos. O ideal é não se auto medicar e sempre procurar um especialista.

Mesmo durante a gestação, onde temos sempre o acesso ao obstetra, mensalmente fazemos algum exame e o acompanhamento é mais frequente. Especialista é especialista! Se está com dor de cabeça insuportável, vá a um neurologista. Não vá delegar todos os sintomas apenas ao obstetra, clínico geral e pediatra.

Eu detesto ir ao médico, tomar remédio, ficar de repouso... Independente do diagnostico do médico especialista, não faço nada sem comunicar a obstetra. O procedimento que eu considero ideal é: na consulta pré-natal informar o possível desconforto, pedir a indicação de um médico daquela especialidade, ir a consulta e receber as recomendações, ligar ou retornar ao obstetra e depois escolherem juntos qual a melhor ação.

Para quem prefere curar tudo com mel e suco de laranja. Sendo que o mel é "tipo" a última medida de tratamento, em último caso. Sério! Todo esse vai-e-vem em clínicas é um saco. Mas, a gravidez é uma boa hora para tomar vergonha na cara e deixar os velhos hábitos. Vou tentar manter essa rotina, mínima de cuidados para a vida toda.

Eu já me rendi bastante. Lógico que tive uma gravidez muito tranquila e saudável, mas se eu não tivesse grávida eu teria apenas ido uma vez ao ginecologista, voltado meses depois com o resultado e olhe lá, isso seria um esforço enorme.

Durante a gravidez eu tomei soro por duas vezes (naquela época de calor intenso), fiz a minha primeira inalação (sensação de tomar refrigerante de limão pelo nariz), recebi duas vacinas (tétano e hepatite) e duas injeções (buscopan simples e decadron), colhi sangue seis vezes (desde o beta hcg até os exames básicos do pré-natal). Diariamente dois comprimidos (natele e proepa gesta).

Nossa, isso deve ser mais do que tudo que já fiz de procedimento médico na vida. Tá, com exceção das vacinas, também só por que eu não podia fugir! Vocês não tem noção de quanto esforço isso é para mim. Eu acho uma tristeza tomar qualquer medicação. 

Vamos lá, espero só precisar de novas intervenções no parto!

Dorzinha na coluna começando a aparecer e ontem experimentei pela primeira vez a sensação de um pouco de falta de ar, coisa rápida. Bem, é isso! Também só faltam sete semanas, talvez até menos. Com esses dias de repouso fica bem mais possível conseguir evitar a dores insuportáveis.

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